Investigadores estudaram o grupo Neoselachii, que inclui tubarões e raias modernos, usando um grande conjunto de fósseis. A equipa compilou mais de 20.000 registos fósseis e, com novos métodos, estimou as idades de origem e de extinção de cerca de 1.500 espécies, com dados a recuarem até ao Cretáceo.
Os resultados mostram um padrão estável ao longo de 145 milhões de anos: as espécies têm maior risco de desaparecer nos primeiros quatro milhões de anos após a origem. Esse padrão foi observado independentemente da causa da extinção, incluindo a grande perda no final do Cretáceo, há cerca de 66 milhões de anos. O estudo também identificou eventos de extinção que antes eram desconhecidos.
Segundo os autores, alguns episódios foram seguidos por explosões de novas espécies, mas outros não tiveram recuperação. Catalina Pimiento afirmou que a perda há cerca de 30 milhões de anos foi a mais impactante, porque muitas espécies se extinguiram e quase nenhuma surgiu depois. Kristína Kocáková acrescentou que espécies que existiram apenas cerca de quatro milhões de anos eram mais vulneráveis do que espécies presentes por 20 milhões de anos.
Os dados indicam ainda que, nos últimos 40 a 50 milhões de anos, não surgiram espécies novas em número suficiente para repor perdas anteriores. Os autores concluem que a idade das espécies é um preditor do risco de extinção e alertam que tubarões e raias modernos enfrentam pressões adicionais causadas por humanos. O artigo foi publicado em Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences.
Palavras difíceis
- espécie — grupo de organismos semelhantes que se reproduzemespécies
- extinção — fim de uma espécie, desaparecimento totalextinguiram
- origem — momento em que algo começou a existir
- vulnerável — com maior probabilidade de desaparecervulneráveis
- fóssil — resto ou marca de organismo antigofósseis
- recuperação — retorno de espécies depois de uma perda
- preditor — fator que permite prever um resultado
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